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sábado, 26 de dezembro de 2015

Confissão

Pra não morrer por dentro, fiz o que fiz.
Então, declaro-me culpada
Por cada frase que não engoli
Pelo extravasamento de cada pensamento
Por minha incansável necessidade de verbalizar,
Pra não morrer por dentro.
Declaro-me culpada...
Por não me sufocar em meus próprios pensamentos
Por não me engasgar com questionamentos
Apenas para não morrer por dentro,
Declaro-me culpada,
Por cada monólogo que saiu cortante
Pelo extravasamento que dilacerou
por todas as meias palavras de tortura
Por fim, declaro-me culpada
Pelo meu egoísmo
Pois, pra não morrer por dentro,
Te matei com palavras
Mas, caso não te matasse,
Eu me morreria...

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